segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Afogamento de crianças é algo comum

Num país como nosso, onde a temperatura é amena ou quente boa parte do ano e existem muitos rios volumosos, represas, lagos, lagoas, praias além de que hoje em dia as piscinas estão em muitos lugares como parques, clubes, condomínios e casas, o cuidado com as crianças que freqüentam estes locais deve ser reforçado.
No Brasil, segundo Ministério da Saúde, em 2005, 1.496 crianças de até 14 anos morreram vítimas de afogamentos sendo a segunda causa de morte e a oitava de hospitalização, por acidentes, na faixa etária de 1 a 14 anos.
É importante salientar que os perigos estão em ambientes familiares tais como piscinas, baldes, banheiras, poços e não estão apenas nas águas abertas como mares, represas e rios. Para uma criança que está começando a andar, por exemplo, três dedos de água representam um grande risco.
Outro fator que contribui para que o afogamento seja um dos acidentes mais letais para crianças e adolescentes é que acontece de forma rápida e silenciosa.
Vamos imaginar um banho de banheira de um bebê: o pequeno intervalo para se virar para pegar uma toalha é suficiente para uma criança fique submersa na banheira. Se você se afastar por 2 minutos para atender um telefone, isto pode ser o bastante para criança perder a consciência. Se você demorar mais do que 4 minutos, a lesão cerebral pode ser permanente.

Como proteger uma criança de um afogamento

  1. Esvaziar baldes, banheiras e piscinas infantis depois do uso e guardá-los sempre virados para baixo e longe do alcance das crianças;
  2. Despeje a água antes de retirar a criança da banheira e esconda a tampa da banheira de modo a que a criança não possa preparar o seu próprio banho;
  3. Nunca deixe uma criança com menos de 3 anos sozinha na banheira, mesmo quando ela já se senta bem. Durante o banho, não atenda o telefone nem a porta;
  4. Conservar a tampa do vaso sanitário fechada, se possível lacrado com algum dispositivo de segurança ?à prova de criança" ou a porta do banheiro trancada;
  5. Manter cisternas, tonéis, poços e outros reservatórios domésticos trancados ou com alguma proteção que não permita "mergulhos";
  6. Piscinas devem ser protegidas com cercas de no mínimo 1,5m que não possam ser escaladas e portões com cadeados ou trava de segurança que dificultem o acesso dos pequenos;
  7. Alarmes e capas de piscina garantem mais proteção, mas não eliminam o risco de acidentes. Esses recursos devem ser usados em conjunto com as cercas e a constante supervisão dos adultos;
  8. Grande parte dos afogamentos com bebês acontece em banheiras. Na faixa etária até dois anos, até vasos sanitários e baldes podem ser perigosos. Nunca deixe as crianças, sem vigilância, próximas a pias, vasos sanitários, banheiras, baldes e recipientes com água;
  9. Evitar brinquedos e outros atrativos próximos à piscina e aos reservatórios de água;
  10. Durante o banho, não atenda o telefone e nem a porta.
Algumas características do desenvolvimento contribuem para que crianças pequenas fiquem mais vulneráveis a afogamentos, tais como:
Diferentemente dos adultos, as partes mais pesadas do corpo da criança pequena são a cabeça e os membros superiores. Por isso, elas perdem facilmente o equilíbrio ao se inclinarem para frente e conseqüentemente podem se afogar em baldes ou privadas abertas;
O processo de afogamento é acelerado pela massa corporal do indivíduo.
Não tem maturidade, nem experiência para sair de uma situação de emergência.
Boa parte das crianças que se afogam em piscinas está em casa sob o cuidado dos pais. Um mero descuido deles basta para que ocorra um afogamento;

Fonte:

  1. Criança Segura e APSI (Associação para a Promoção de Segurança Infantil), Portugal
  2. A CRIANÇA SEGURA é uma organização não-governamental sem fins lucrativos, que tem como missão promover a prevenção de acidentes com crianças e adolescentes até 14 anos.http://criancasegura.org.br
  3. Aliança Europeia de Segurança Infantil
  4. TIPP-O Programa de Prevenção de Lesões (Copyright © 1994 Academia Americana de Pediatria revista 09/05)
  5. zonaderisco.blogspot.com

observação:

O afogamento caracteriza-se pela falta de oxigênio no sangue (hipoxemia), que afeta todos os órgãos e tecidos. A intensidade da hipoxemia é determinada pelo tempo em que a pessoa fica submersa, pela quantidade e tipo de líquido que é aspirado para dentro do pulmão, e pela resistência individual de cada afogado. A duração da submersão é fundamental, porque a quantidade de oxigênio nos vasos sanguíneos vai caindo (exponencialmente) durante a asfixia. O período máximo de submersão antes de ocorrer lesão irreversível é incerto, mas provavelmente é de três a cinco minutos.

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