Mais de 45 milhões de brasileiros possuem com algum tipo de deficiência. Isso significa que a cada cinco brasileiros, um possui algum tipo de deficiência, segundo dado do Censo 2010. O número corresponde a toda população da Colômbia, que é o segundo país mais populoso da América do Sul.
Ainda que as deficiências não sejam raridade, nem sempre os espaços, pessoas ou instituições estão preparados para receber e acolher adequadamente esses indivíduos. Diante desse panorama, a Organização das Nações Unidas celebra desde 1998 o Dia Internacional das Pessoas com Deficiência, em 03 de dezembro. A data tem como objetivo trazer à tona a realidade dessas pessoas e a necessidade de que sejam incluídas em todos os espaços sociais.
A construção de uma sociedade mais inclusiva é tarefa que demanda esforços de todos os setores e a escola não fica de fora dessa empreitada. Ao incorporar estudantes portadores de deficiências, a instituição não só contribui para odesenvolvimento desses indivíduos, mas também com a formação de todos os discentes e comunidade escolar e avança em seu papel social, contribuindo para a construção de um país mais tolerante e com menos preconceitos.
“A educação inclusiva é uma resposta mais inteligente às demandas do mundo”, explica Rodrigo Mendes, à frente de Instituto que leva seu nome. “Ela incentiva uma pedagogia não homogeneizadora, favorece o desenvolvimento de competências interpessoais e estimula as habilidades morais para a convivência democrática.”
Em uma de suas frentes de ação, o Instituto Rodrigo Mendes mantém a plataformaDiversa que dá visibilidade a iniciativas de educação inclusiva. “Ao contrário do que muitos imaginam, práticas exemplares de educação inclusiva deixaram de ser exceções e tornaram-se realidade em várias redes de ensino”, relata Rodrigo.
Para inspirar educadores e gestores, o Centro de Referências em Educação Integrallista cinco experiências relatadas no site Diversa que constroem mudanças paradigmáticas para uma educação mais inclusiva capaz de olhar para odesenvolvimento integral dos estudantes, inspirando outras instituições a repensarem suas práticas pedagógicas e de gestão.
1. Educação física inclusiva (Ciep Padre Paulo Correia de Sá – Rio de Janeiro/RJ)
Em uma turma de ensino fundamental com duas crianças deficientes, o educador Luiz Gustavo Firmino de Oliveira se viu diante do desafio de criar um jogo em que todos pudessem participar. A solução encontrada foi o “Felipebol”, um esporte em que todos os estudantes ficam na posição do aluno Felipe, que apesar da deficiência física, tem mobilidade em quatro apoios. O Felipebol é jogado com as mãos e apenas os goleiros podem ficar de pé. “O jogo é bem flexível e pode ser modificado para incluir mais ainda”, relata o educador.
Em uma turma de ensino fundamental com duas crianças deficientes, o educador Luiz Gustavo Firmino de Oliveira se viu diante do desafio de criar um jogo em que todos pudessem participar. A solução encontrada foi o “Felipebol”, um esporte em que todos os estudantes ficam na posição do aluno Felipe, que apesar da deficiência física, tem mobilidade em quatro apoios. O Felipebol é jogado com as mãos e apenas os goleiros podem ficar de pé. “O jogo é bem flexível e pode ser modificado para incluir mais ainda”, relata o educador.
2. Inclusão e melhor aprendizagem para todos (Escola Helena Zanfelici – São Bernardo do Campo-SP)
“A dúvida é: como é que eu faço para que todos aprendam em uma sala de aula? Isso não é muito tranquilo de fazer, com aluno com deficiência ou não. Qual é o papel da escola? Ela tem que ter estratégias diferentes para atingir a todos os alunos. Se você tem que fazer adaptações para todos, cai por terra essa história de aluno com deficiência.” A fala de Éder Garcia, coordenador pedagógico, revela o impacto de um trabalho que há quase duas décadas acolhe estudantes com deficiência. Para garantir a aprendizagem, a escola apostou em algumas estratégias: criação de um portfólio para todos os alunos, contando a vida escolar deles; formação dos professores em educação inclusiva; equipe multidisciplinar que apoia os professores no desenvolvimento de atividades; e ensino colaborativo, no qual o “agente da inclusão” acompanha o aluno com deficiência na sala regular e dá retornos ao professor sobre como melhorar sua aprendizagem. A escola conta ainda com apoio da secretaria de educação com relação ao transporte, material de apoio e profissionais especializados.
“A dúvida é: como é que eu faço para que todos aprendam em uma sala de aula? Isso não é muito tranquilo de fazer, com aluno com deficiência ou não. Qual é o papel da escola? Ela tem que ter estratégias diferentes para atingir a todos os alunos. Se você tem que fazer adaptações para todos, cai por terra essa história de aluno com deficiência.” A fala de Éder Garcia, coordenador pedagógico, revela o impacto de um trabalho que há quase duas décadas acolhe estudantes com deficiência. Para garantir a aprendizagem, a escola apostou em algumas estratégias: criação de um portfólio para todos os alunos, contando a vida escolar deles; formação dos professores em educação inclusiva; equipe multidisciplinar que apoia os professores no desenvolvimento de atividades; e ensino colaborativo, no qual o “agente da inclusão” acompanha o aluno com deficiência na sala regular e dá retornos ao professor sobre como melhorar sua aprendizagem. A escola conta ainda com apoio da secretaria de educação com relação ao transporte, material de apoio e profissionais especializados.
3. Construção de um novo paradigma (Escola José Dantas Sobrinho – Maracanaú/CE)
Após anos de atendimento especializado, o município de Maracanaú se viu diante da demanda da construção de um sistema educacional inclusivo. O desafio é compartilhado com a Escola Municipal de Ensino Fundamental José Dantas Sobrinho, que hoje atende 20 alunos com deficiência entre os 520 que ali estudam. Se em 2006, a escola recebeu assustada o primeiro aluno com deficiência auditiva, hoje ela atende pessoas com deficiência auditiva, física, intelectual, visual, múltipla e com autismo. Isso foi possível com o apoio da secretaria municipal, de programas do Governo Federal e com a implementação do atendimento educacional especializado no turno regular e contraturno dos estudantes com deficiência.
Após anos de atendimento especializado, o município de Maracanaú se viu diante da demanda da construção de um sistema educacional inclusivo. O desafio é compartilhado com a Escola Municipal de Ensino Fundamental José Dantas Sobrinho, que hoje atende 20 alunos com deficiência entre os 520 que ali estudam. Se em 2006, a escola recebeu assustada o primeiro aluno com deficiência auditiva, hoje ela atende pessoas com deficiência auditiva, física, intelectual, visual, múltipla e com autismo. Isso foi possível com o apoio da secretaria municipal, de programas do Governo Federal e com a implementação do atendimento educacional especializado no turno regular e contraturno dos estudantes com deficiência.
4. Liderança e esforço intersetorial (Escola Clarisse Fecury – Rio Branco/AC)Em uma zona periférica da capital do Acre, a diretora Iran Saraiva reuniu esforços e diversos setores para garantir atendimento adequado aos alunos com deficiência da escola. Como em outros casos, com a presença de alunos com deficiência, a diretora Iran se viu diante de uma situação nova e para a qual não havia sido preparada para lidar. Buscou informações na legislação e procurou programas já existentes que poderiam ajudá-la. Aos poucos, foi construindo uma rede de apoio que conta com entidades como o Centro de Apoio ao Surdo, Centro de Apoio Pedagógico para Atendimento às Pessoas com Deficiência Visual e Núcleo de Atividades de Altas Habilidades/Superdotação. Hoje, 27 dos 611 estudantes possuem algum tipo de deficiência e a escola mantém um projeto político pedagógico estruturado para garantir a educação inclusiva.
5. Transformação estrutural em larga escala (Rede Estadual de Goiás)No final dos anos 90, a secretaria de educação do estado de Goiás assumiu a tarefa da inclusão nas escolas. Com apoio de consultores, teve início um processo de transformação da rede estadual. Após capacitações dentro da própria secretaria, começou-se a formar professores multiplicadores que levavam o aprendizado às suas localidades. Periodicamente, a equipe responsável ia aos municípios e tratava de questões específicas. Paralelamente, o governo se esforçou em adaptar arquitetonicamente as escolas e capacitar profissionais de apoio. Para implementar a educação inclusiva, a secretaria demandou o aumento na participação das famílias na gestão escolar, discutindo inclusive o planejamento pedagógico. Com isso, o estado construiu um modelo de educação inclusiva de referência no Brasil.
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