Quando ouvimos falar de violência doméstica e de abusos sobre crianças, pensamos sempre nas populações mais carentes e menos informada. Infelizmente isto não é a realidade. Tanto no Brasil, onde sou testemunha de casos semanais atendidos no Hospital Infantil Sabará (um hospital da rede de medicina suplementar que atende pacientes de classe média e alta da cidade de São Paulo) como nos EUA, Europa, Ásia etc como se pode ler nos jornais e ver no noticiário de TV quase que diariamente.
Milhares de crianças e bebês sofrem traumatismo craniano cada ano devido à agitação de bebês ou abuso físico devido à violência infantil. Muitas vítimas morrem, enquanto as outras crianças ficam deficientes para a vida. Em artigo da revista Pediatrics de dezembro de 2014 quantificou o grau dessas lesões pelo cálculo dos anos de vida perdidos por morte prematura, além dos anos de vida produtiva perdidos por sobreviventes devido à deficiência e menor qualidade de vida.
Para o estudo, ” Disability-Adjusted Life-Year Burden of Abusive Head Trauma at Ages 0–4″, os pesquisadores utilizaram dados de mortalidade para calcular que 334 crianças morreram em 2009 devido a traumatismo craniano abusivo.
Para avaliar o nível de deficiência entre os sobreviventes de traumatismo craniano abusivo, pesquisadores entrevistaram os cuidadores ou pediatras de 170 crianças feridas para aprender como as lesões afetaram o funcionamento neurológico das crianças. Os pesquisadores descobriram traumatismo craniano abusivo deixou 57 por cento das crianças cegas ou parcialmente cegas, com outro que exige 5 por cento cirurgia ocular. Gravidade dos ferimentos foi leve em 15,9 por cento dos casos; moderada em 13,5 por cento dos casos, e grave em 70,6 por cento dos casos. Vinte e três por cento das crianças necessário um tubo de alimentação. Usando uma fórmula para explicar perdido a esperança de vida e os anos vividos com incapacidade, os autores do estudo concluem que, em 2009, a carga de traumatismo craniano abusivo em os EUA era 69.925 anos de vida ajustados por incapacidade.
Os autores do estudo concluem que o traumatismo craniano abusivo é debilitante. Mais da metade dos sobreviventes gravemente feridos morrerão antes de 21 anos de idade, e aqueles que sobrevivem a uma lesão grave têm uma redução de 55 por cento na saúde relacionados com qualidade de vida. Mesmo uma lesão abusiva traumatismo craniano leve provoca deficiência que excede a de uma queimadura grave.
Como se vê, a realidade colocada em números é muito dura.
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