A equipe de Acessibilidade da Empresa Olímpica Municipal, em parceria com o Comitê Rio 2016 e a Secretaria Municipal da Pessoa com Deficiência, deu início, semana passada, a um projeto de workshops com o objetivo de sensibilizar colaboradores do Parque Olímpico para a importância do cumprimento de critérios de acessibilidade, para as formas de como lidar com pessoas com deficiência e os desafios que eles enfrentam no seu dia a dia. O treinamento ainda contribuiu para o engajamento e superação através do esporte paralímpico.
Foram realizados dois encontros, que reuniram, ao todo, 90 pessoas. Além de palestras com informações técnicas sobre acessibilidade em obras, foram promovidas, pela equipe de integração paralímpica e acessibilidade do Comitê Rio 2016, dinâmicas para apontar as dificuldades de pessoas com deficiência.
Na primeira etapa da experimentação, os participantes foram vendados e receberam uma bengala. O objetivo era que eles fizessem um pequeno percurso guiados pelo piso tátil, sinalização de chão para cegos que muitos ainda desconheciam. Ao final, foram orientados a chutar uma bola com guizos, a mesma utilizada no futebol de 5, modalidade paralímpica praticada por deficientes visuais. O objetivo era perceber um pouco do universo das pessoas com deficiência visual e demonstrar a utilidade do piso tátil.
Na segunda dinâmica, os colaboradores experimentaram a cadeira de rodas e tiveram que passar por um circuito com rampas e diferentes tipos de piso. A intenção era mostrar, através do uso da cadeira de rodas, que sentir os pequenos detalhes faz a diferença para pessoas com deficiências – e é por isso que é necessário cumprir requisitos como largura e altura dos componentes de acessibilidade, assim como é fundamental evitar desníveis e outros obstáculos que interfiram no deslocamento das cadeiras de rodas.
O sinaleiro de carga do Parque Olímpico, Alex da Silva, participou do evento e aprovou a iniciativa: “Hoje pudemos observar com os exemplos apresentados que as pessoas com deficiência podem fazer as mesmas coisas que as pessoas sem deficiências, como praticar esportes e ser felizes”. Já o carpinteiro Nildo Soares destacou a importância técnica do workshop: “Tenho certeza de que todos saíram com uma visão completamente diferente das pessoas com deficiência. Poderemos aplicar alguns conceitos apresentados no nosso dia a dia da obra”.
Para Augusto Fernandes, coordenador de acessibilidade do Comitê Rio 2016, o evento vai contribuir para que a acessibilidade seja implantada com maior legitimidade. “Foi o começo do despertar para a consciência da mão de obra das instalações.”
Gabriela Zubelli, assessora de Acessibilidade da EOM e idealizadora da ação, ficou satisfeita com o encontro: “Achei todos os participantes muito receptivos à palestra. Além de mostrar a parte teórica da acessibilidade, esse evento tem o objetivo de sensibilizar e conscientizar os trabalhadores. Conseguimos alcançar esta meta”.
Este é um projeto piloto, que está sendo testado, a princípio, com funcionários da concessionária Rio Mais, responsável por parte significativa das obras do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. Após a análise dos resultados desta primeira etapa, os organizadores pretendem estender a iniciativa a outros canteiros de obras, como o Complexo Esportivo de Deodoro. A SMPD já realiza iniciativas semelhantes junto a empresas e órgãos públicos, para facilitar a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho e desmitificar ideias sobre o segmento
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