terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Por que ainda perdemos nossas crianças?


Uma pesquisa mostrou qual o principal motivo dos óbitos de recém-nascidos no mundo. A conclusão é surpreendente. No Brasil, a saúde infantil está melhorando, especialmente nas populações mais pobres. Saiba o porquê.
Até pouco tempo, doenças infecciosas, como tuberculose, pneumonia ou diarreia, eram as maiores causadoras de mortes de bebês nos primeiros dias de vida. Atualmente, elas são responsáveis por 4% dos óbitos.
O principal motivo de ainda perdermos crianças nessa etapa da vida está relacionado às complicações ocorridas em partos prematuros. Esta foi a conclusão de uma pesquisa publicada na revista científica Lancet.
O que se observou foi uma mudança, nas últimas décadas, no quadro de epidemias do mundo, que atingia prioritariamente as populações de baixa renda. Campanhas de vacinação e saneamento básico ajudaram a melhorar a saúde dos mais pobres, embora ainda não cubram todas as comunidades do planeta. Doenças como gripe, sarampo, rubéola deram lugar ao câncer e doenças do aparelho circulatório, por exemplo, consideradas contemporâneas.
A boa notícia é que o Brasil tem avançado no cuidado com os recém-nascidos. Em 1990, de cada cem bebês nascidos vivos, 28 morriam nos primeiros dias de vida. Em 2012 esse número caiu para oito. O índice, no mundo, era de 33 óbitos em cada cem nascimentos, em 1990. Na contagem de 2012, foram 21.
No “IV Simpósio Internacional de Desenvolvimento da Primeira Infância”, realizado em novembro de 2014, doutor Maurício Barreto, médico e professor de pós-graduação da Universidade Federal da Bahia, falou da melhoria da condição de vida da criança pequena no Brasil.
Segundo ele, o País passa por uma transição, com conquistas nos últimos anos na área da Saúde: diminuição da desnutrição, da mortalidade infantil, da mortalidade causada por diarreia (que detinha altos índices no começo desta década), de mortes por doenças respiratórias etc.
Para Barreto, o que contribui a essas mudanças são atitudes básicas, como aconteceu em Salvador, BA. A implementação de um programa de saneamento levou saúde à população que, até então, contava com apenas 25% de tratamento do esgoto (relacionados à parcela mais rica). Hoje, com a obra ainda em execução, 80% da cidade está saneada.
A Saúde infantil foi beneficiada, reduzindo em 20% os índices de diarreia nas crianças da capital baiana, sendo que, nas regiões mais pobres, essa redução atingiu níveis de 40%.
Outra iniciativa, citada pelo especialista, desta vez no nível federal, é o “Programa Saúde da Família”. Segundo o médico, uma ação bastante complexa, porque envolve grupos de apoio e equipes, mas que traz bons resultados. Ele associou o programa à redução da mortalidade infantil – pré-natal e pós-natal – e demais causas de óbitos em crianças. O efeito, segundo Barreto, tende a aumentar à medida que o programa se expandir para mais municípios.
Não são apenas as crianças que se beneficiam. O programa também reduz sensivelmente a morte de adultos por doenças crônicas.
Para Barreto, não há dúvidas de que essas intervenções, em grande escala, estão ajudando a melhorar as condições gerais de vida das famílias de baixa renda e, consequentemente, da criança pequena.
Na sua cidade ou estado há políticas públicas que ajudam a melhorar o bem-estar da criança? Conte pra gente e dê a sua opinião sobre essas iniciativas.

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