sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

A arquitetura inclusiva é a arquitetura que respeita a diversidade humana e gera acessibilidade para todos

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 24,6 milhões 
de pessoas em todo o país têm algum tipo de deficiência. Mesmo com números tão altos, ainda 
é 
possível 
encontrar inacessibilidades que

os deficientes físicos precisam enfrentar diariamente nas cidades onde vivem. 
Outro número que assusta é a quantidade de idosos. Estima-se que em 2024 a população 
com mais de 60 anos chegue aos 38 milhões. Esses números reforçam a necessidade de 
espaços inclusivos. 

A arquitetura inclusiva 

A arquitetura inclusiva é a arquitetura que planeja e que respeita a diversidade humana, gerando acessibilidade para todos. Este tipo de planejamento com acessibilidade urbana só foi possível após diversas manifestações da população para que o cidadão com mobilidade reduzida tivesse direito de ir e vir quando necessário. 

Pouco a pouco, designers, arquitetos, engenheiros e fabricantes estão adaptando o jeito de planejar e construir, possibilitando a inclusão social em espaços, não só públicos, mas também em residências, apartamentos e onde for necessário. 

O projeto pode conter rampas, plataformas, elevadores acessíveis, pisos táteis, sinalização inclusiva, barras de apoio em áreas molhadas, piso de borracha, ou seja, diversos tipos de facilitadores para utilização de todos. 

Este tipo de arquitetura não pensa apenas nos deficientes e idosos, é possível notar que também há espaço para as crianças, de baixa estatura, neste tipo de planejamento inclusivo. Existe uma série de objetos de difícil acesso e manipulação, e é ai onde a inclusão entra. 

Podemos observar que cada vez mais o conceito do homem padrão – criado nos anos 1980, nos Estados Unidos – está sendo repensado. 

No caso de grandes centros comerciais, ter sanitário adaptado não é necessariamente garantir acessibilidade. Ter sanitário adequado não é necessariamente ter ‘Arquitetura Inclusiva’. Não se iludam os que pensam que fazer uma rampa é garantir acessibilidade. 

Tudo tem um contexto. Ninguém pode subir uma rampa ou ir ao sanitário e depois ficar “ilhado”, sem acesso ao restaurante do shopping, por exemplo. Exemplos como estes mostram que a arquitetura está sofrendo uma transformação muito particularizada em nosso país, que infelizmente não está culturalmente sensível ao que denominamos “receptivo”. 

Portanto, a vinda de quiosques limitando o campo visual, mobiliário impedindo que o cliente tenha noção da dimensão do espaço, a presença de luz natural e artificial que se confundem de forma proposital para que tenhamos a noção da passagem do tempo, a existência de demarcação de vagas de estacionamento que não observa os critérios básicos de implantação para receber os veículos conduzidos por pessoas com deficiência. 

Estes são exemplos de ações que por melhor intenção que tenham se tornam inoperantes. Muitas atividades poderiam ser evitadas ou desenvolvidas corretamente, planejadas para receber milhares de pessoas, mas, por desconhecimento, acabam saindo incorretas e impossibilitando que todas as pessoas desfrutem destes espaços, pois eles se tornaram excludentes. 

Os projetos devem caminhar lado a lado com a arquitetura inclusiva, que se preocupa com o bem-estar do usuário, seja ele como for. No futuro, a acessibilidade urbana talvez não seja mais tema de discussões e debates, e passe a ser algo agradável do dia a dia, que incluirá projetos residenciais e públicos, indo muito mais além ao trazer o fim do homem padrão e considerar as mudanças fisiológicas e psíquicas que parte da população sofre. 


Fonte:leonettipiemonte.arq.br