O Senado aprovou “Pensão Vitalícia” para Laís Souza, ex- atleta que se acidentou em um treino e ficou tetraplégica. O texto prevê que a pensão será o valor máximo pago pelo Regime Geral de Previdência Social, atualmente de R$ 4.390,24.
Na justificativa do projeto, os autores da proposta, os deputados Rubens Bueno (PP-PR) e Mara Gabrilli (PSDB-SP), alegaram que Laís é de uma família humilde. Concordo com essa aposentadoria se esse benefício fosse extensivo á todos comprovadamente carentes e “inválidos”. Palavra que vem perdendo seu sentido em tempos de “inclusão social” e Lei de Cotas, onde as pessoas com deficiência preferem trabalhar que ficar na dependência do contribuinte.
Por falar em “Direitos Iguais”, esse benefício poderia contemplar também milhares de pessoas como Luciana Rodrigues, 32, mãe de sete filhos que mora em apenas dois cômodos, vivem como podem. E podem pouco. Falta alimentação adequada e, para os mais novos, até mesmo a fralda, que a mãe improvisa utilizando um saco plástico amarrado ao quadril das crianças. Com renda inferior a R$ 70 reais per capita, essa família do município de Sumidouro (RJ), é o retrato daqueles que vivem abaixo da linha de extrema pobreza. Sem emprego, Luciana depende do benefício federal pago a pessoas incapacitadas por algum tipo de deficiência e que não podem ter renda – o caso de dois dos seus filhos – e o ganho do marido, que faz bico na lavoura e recebe R$ 35 por dia, quando consegue serviço. Com esse extremo das desigualdades salariais, essa iniciativa desses dois parlamentares é um tanto demagógica utilizando da comoção nacional. A Laís tem todo Direito á uma aposentadoria se esse dinheiro saísse das bilionárias confederações do esporte brasileiro que ostentam os cartolas!!
(Ilustrador e Cartunista)
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