sexta-feira, 8 de maio de 2015

Mãe assume as duas crianças após constatação de troca de bebês na maternidade


O que poderia ser algo traumático se transformou em um ato de amor maravilhoso:
Uma troca de bebês na maternidade de um hospital de Votorantim, na região de Sorocaba (SP), acabou tendo um final duplamente feliz para a dona de casa Rita Ribeiro da Silva, de 37 anos. Depois de ter sido determinada a destroca, ao ver que a mãe da outra criança recusava o próprio filho, ela lutou na Justiça até conseguir autorização judicial para ficar com as duas crianças. Agora, a Justiça acaba de reconhecer que a “mãe em dobro” tem direito a uma indenização pelo drama que viveu.
A dupla mãe deu à luz em 2004 na Santa Casa, mas logo percebeu que seu filho Giuliano não tinha os traços da família. “Sou negra e o bebê era branquinho, de olhinhos claros. Aí o meu marido, também escuro, veio me acusando, dizendo que eu o tinha traído. Ele até saiu de casa.” Rita foi ao hospital e, depois de muita insistência, conseguiu que a troca fosse apurada. Logo se descobriu que seu filho podia ter sido levado por um casal de Piedade, cidade vizinha, já que a mulher dera à luz em horário compatível na mesma maternidade. Exames de DNA confirmaram que Vitor Hugo, a criança que estava com a outra mãe, era filho de Rita.
No processo de destroca, por determinação do Ministério Público, as duas mães conviveram com os filhos na mesma residência durante duas semanas e Rita observou que a outra mulher não tinha amor pelo filho biológico. “Quando recebi meu filho de volta, ele estava descuidado, com sarna, piolhos e até berne. Eu estava amamentando o Giuliano e passei a amamentar também o Vitor Hugo. Quando ela levou o Giuliano embora, fiquei com aperto no coração”, conta. Algum tempo depois, o menino voltou para casa. A mãe biológica admitiu que não teria condições de cuidar dele, o que foi comprovado por perícias pedidas pela Justiça.
O advogado José Roberto Galvão Certo, que passou a cuidar do caso, disse que as duas famílias são muito pobres, mas Rita tem um instinto maternal que a diferencia. Tanto que Giuliano também não queria viver com a mãe biológica, preferindo ficar com Rita. “A Justiça não teve dúvida em autorizar a adoção do Giuliano pela Rita, que passou a ser a mãe de direito das duas crianças.” Leia a matéria na íntegra no site UOL.

O que acontece quando mães deixam mensagens nas placas de trânsito


Os jovens são as maiores vítimas do trânsito no Brasil. Quem mais sofre nessas horas, claro, são as mães. Mas, e se elas pudessem acompanhar os filhos em cada decisão no trânsito? Certamente o número de acidentes cairia.
No Rio Grande do Sul, a intervenção urbana ‘Fiscalização de Mãe’, produzida pela Nissul Renault, mostra que a ideia pode dar certo. Com intervenções em placas de sinalização, a homenagem serve para deixar o coração das mamães mais tranquilo e aliviado, certas de que seus filhos voltarão para casa seguros.
Assista ao video da ação:

6 segredos das crianças que (quase) nunca ficam doentes.

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Basta incluir hábitos simples na rotina da família para que seu filho tenha uma saúde de ferro, daquelas bem difíceis de derrubar. Veja só:

Você, certamente, conhece alguém que tenha uma saúde de ferro. Sabe aquela pessoa que quase nunca fica resfriada, mesmo após tomar um banho de chuva e ficar horas com a roupa molhada no corpo? Ou, então, pode comer qualquer coisa que (quase) nada faz mal? Qual será o segredo dela? CRESCER conversou com o pediatra e nutrólogo Mauro Fisberg, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), para descobrir o que você pode fazer para que para dar uma reforçada na saúde do seu filho. Os segredos, como você vai ver, são simples e os resultados, bem duradouros. Vale a pena tentar. Confira
Ser amamentada com leite materno até os 6 meses
É o alimento mais completo que você pode oferecer ao seu filho. Só ele é capaz de suprir todas as necessidades de nutrientes e sais minerais do seu bebê até os 6 meses. Colabora para a formação do sistema imunológico da criança, previne muitas doenças, como alergias, obesidade, anemia, intolerância ao glúten etc. Segundo Fisberg, novas pesquisas mostram que as crianças amamentadas com leite materno crescem e ganham peso mais devagar, o que ajuda a prevenir o excesso de peso, um problema que vem aumentando entre as crianças ultimamente.
Ter uma alimentação variada
Seguir uma dieta rica em nutrientes garante que o estado nutricional da criança se mantenha dentro do esperado, nem abaixo nem acima. É por meio de uma alimentação variada que a criança consegue suprir todas as suas necessidades de ferro, proteína, cálcio, fibras, vitaminas e minerais. “Carnes, especialmente as vermelhas, oferecem nutrientes importantes para o desenvolvimento das crianças e são absorvidos facilmente pelo organismo”, diz Fisberg. É importante incluir também vegetais verde-escuros, vermelhos e laranjas, para garantir as vitamina A e D. Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria, a introdução de novos alimentos na dieta do bebê deve acontecer a partir do 6o mês, principalmente daqueles considerados alérgenos, como o ovo, peixe, amendoim e cerais. Isso porque nessa fase o sistema imunológico ainda está em formação, o que diminui o risco de reações alérgicas.
Tomar vacinas
O calendário brasileiro de vacinação é um dos mais completos do mundo. Por isso, deixar de proteger o seu filho está fora de questão. Ao manter a caderneta de vacinação da criança em dia, você garante não apenas a saúde dela, mas da população ao redor e ajuda a diminuir a mortalidade infantil. “Sem as vacinas, ainda morreríamos de sarampo e rubéola”, diz a pediatra Isabella Ballalai, diretora da Sociedade Brasileira de Imunizações.
Brincar mais ao ar livre
É dessa forma que seu filho vai trocar o ar dos pulmões, ter contato com o sol – para aumentar a produção da vitamina D no organismo – e até com novas bactérias que vão ajudá-lo a fortalecer o sistema imunológico.
Dormir bem
Uma boa noite de sono é fundamental para o seu filho estar disposto para mais um dia pela frente. Só que, para isso, ele precisa ter uma rotina saudável, o que inclui horários para comer, dormir, estudar, praticar atividades físicas. Isso tudo vai impactar diretamente na saúde da criança. Vale reforçar aqui que estudos já mostraram que a privação de sono aumenta o risco de obesidade.
Lavar as mãos
Simples e eficaz. Lavar as mãos com água e sabão é uma das formas de evitar o contágio de doenças infectocontagiosas. Segundo a Unicef, no Brasil, lavar as mãos, principalmente após usar o banheiro, antes de comer e depois de brincar ao ar livre, ajuda a reduzir em mais de 40% os casos de doenças diarreicas, e em quase 25% os casos de infecções respiratórias. Anotou?

Letra feia é um problema?

Por que algumas crianças têm letra “bonita” enquanto outras parecem ter dificuldade para desenhar as palavras?

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Se seu filho está no Ensino Fundamental e não consegue fazer aquele traçado redondinho e perfeito das letras, não se alarme: ter letra bonita não é o essencial. Segundo os especialistas no assunto, a questão principal não é a beleza da letra. O importante é ajudá-lo a se exercitar para ter uma letra legível, para que ele possa efetivamente se comunicar por meio da escrita. “O cuidado precisa ser em ajudar a criança a ter uma letra legível, que possa ser compreendida por diferentes leitores, dentro e fora da sala de aula”, diz Andrea Luize, coordenadora de núcleos de alfabetização da Escola da Vila, de São Paulo.
Uma letra legível se conquista com a prática, ressalta a neurocientista Elvira Souza Lima. “A letra da criança precisa ser compreensível para que ela e os outros leiam. E isso só se consegue com treino. A criança que desenha muito dos 3 aos 6 anos geralmente consegue educar melhor o movimento”, afirma Elvira, que é doutora em Ciências da Educação pela Universidade de Sorbonne, em Paris.
Além de desenhar, exercícios de traçado e cópias de texto também ajudam a desenvolver os movimentos da mão. E para quem acha que a letra cursiva está ultrapassada por causa do uso cada vez mais freqüente da digitação e do computador, vale explicar: esse tipo de letra tem funções que vão além da comunicação escrita. A letra cursiva ajuda a criança a entender a divisão entre as palavras, a exercitar a memória e também a desenvolver habilidades para outras atividades, como o desenho de mapas e de gráficos. Veja abaixo algumas das principais dúvidas sobre o assunto e as respostas das especialistas:
Para ler, clique nos itens abaixo:
1) Crianças que têm dificuldade com o traçado podem ter algum problema de desenvolvimento motor?
“Poucas crianças têm efetivamente comprometimentos na área motora”, diz a neurocientista Elvira Souza Lima. E, geralmente, essa dificuldade se resolve com o treino. De acordo com Andrea Luize, coordenadora de núcleos de alfabetização da Escola da Vila, quando uma criança apresenta problemas de ordem motora, isso não se manifesta somente no traçado da letra cursiva, mas em outras situações que exijam o mesmo tipo de habilidade, ou seja, que requeiram a coordenação motora fina. A coordenação motora fina é aquela que exige domínio dos músculos menores do corpo, como os dos pés e mãos, para atividades como desenhar, pintar e recortar papéis.
2) A cobrança de “ter letra bonita”  pode prejudicar a criança?
Fazer juízo de valor – determinando se uma letra é “bonita” ou “feia” – pode prejudicar o processo de aprendizagem, segundo Andrea Luize, coordenadora de núcleos de alfabetização da Escola da Vila. “Não dá para deixar que um tipo de letra traga sofrimento para a criança, que baixe sua auto-estima”, diz ela. Andrea também ressalta que o tipo de letra de cada criança revela suas marcas pessoais: “Há crianças que investem no traçado, cuidam de escrever “bonito”. Há os que o fazem mais apressadamente e que acabam descuidando um pouquinho do traçado. Enfim, existem muitas explicações para as diferentes marcas de traçado”.
3) É correta que crianças misturem letra bastão com letra cursiva na escrita?
“A partir do momento em que dominam o traçado e escrevem com fluência e legibilidade, as crianças podem optar pela letra mais confortável, assim como fazem os adultos que, inclusive, mesclam tipos de letras em suas escritas”, diz Andrea Luize, coordenadora de núcleos de alfabetização da Escola da Vila.
4) Os cadernos de caligrafia estão em desuso?
Segundo a neurocientista Elvira Souza Lima, os cadernos de caligrafia estão em desuso no Brasil, mas não em outros países. “O caderno ajuda a desenvolver a noção de organização espacial”, diz ela, que defende também que tanto a letra bastão quanto a letra cursiva sejam ensinadas a partir dos sete anos de idade. “Aos seis ainda é tolerável, mas com menos de 5 anos, não”, diz ela. Antes dos cinco anos, o que as crianças devem é desenhar livremente.
Já Andrea Luize, coordenadora de núcleos de alfabetização da Escola da Vila, diz que há outros materiais além do caderno de caligrafia para exercitar o traçado. “Na Escola da Vila usamos um material estruturado, um caderno elaborado por nós com propostas bem diversificadas para esse treino, inclusive para que não se torne enfadonho”, explica ela, acrescentando que nesse material há exercícios não só para treinar o desenho de cada letra, mas para copiar trechos de poemas, de canções, dar respostas para adivinhas, etc. “Nesse sentido, somente uma ressalva: o traçado da letra nunca pode ser um obstáculo na produção de textos. As crianças já têm problemas demais ao reescrever um conto, produzir um texto informativo, etc. A letra cursiva não pode ser mais um desafio, que é o que ocorre quando as crianças ainda estão aprendendo a traçá-la e não o fazem com fluência, com agilidade”.
5) Na era da digitação e da internet , qual é a importância de aprender a escrever em letra cursiva?
“Socialmente, ainda é um tipo de letra valorizado e bastante usado. Por isso, é importante que as crianças o dominem, que dêem conta de se comunicar com os outros usando essa letra. Do ponto de vista didático, o uso da cursiva pode ajudar as crianças a refletir sobre a necessária segmentação entre as palavras e sobre a própria ideia de palavra”, diz Andrea Luize, coordenadora de núcleos de alfabetização da Escola da Vila. A neurocientista Elvira Souza Lima concorda. Segundo ela, a letra cursiva é importante para a educação do movimento e seu exercício ajuda o aluno a desenvolver habilidades que serão usadas em outras atividades além da escrita, como o desenho de mapas. É um exercício que também ajuda a criança a dar suporte à memória, a entender significados. “É muito mais do que simplesmente fazer a letra cursiva”, diz ela
6) O tipo de letra de cada pessoa, de cada criança, pode ser considerado uma característica pessoal sua?
“A escrita é uma manifestação gráfica da pessoa, traz em si sua identidade”, explica a neurocientista Elvira Souza Lima. “Há sempre uma pessoa por trás de um texto escrito. Por isso é tão importante apresentar as várias formas de escrita. Depois a pessoa escolhe pela que melhor lhe convier”, diz ela.

27 Ideias que utilizam caixas de papelão para criar atividades e brincadeiras para as crianças

Muitas vezes os pais tentam, mas não conseguem criar uma atividade atrativa para seus filhos. Mas essas ideias geniais vão te dar uma mãozinha para organizar brincadeiras incríveis para os pequenos, e o melhor de tudo: gastando pouco e também ensinando para as crianças a importância da reciclagem!
Elas podem, inclusive, ajudar no processo de execução de algumas dessas ideias e deixar tudo mais divertido. São inúmeras as opções que podem surgir de uma única caixa de papelão e garantir a diversão dos pequenos.

1 – Casinha dobrável

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2 – Com rolos de papel toalha você pode garantir a diversão dos pequenos

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3 – As artes intervenções artísticas das crianças não precisam ser nas paredes

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4 – Prepare surpresas nos caminhos desse incrível labirinto

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5 – Uma lojinha completamente feita de papelão

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6 – Genial!

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7 – Limonada reciclável

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8 – Transforme a hora do filme em algo mais divertido

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9 – Que casinha incrível!

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10 – Caixa de cereal transformada em garagem para os carrinhos

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11 – Uma escada pode se transformar em escorregador

Vale lembrar que essa brincadeira deve ser constantemente supervisionada por um adulto e lembre-se de colocar almofadas ou um colchonete no chão.
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12 – Com esse forte e esse navio de papelão, a guerra é garantida

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13 – Mini Golfe

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14 – Um lugar especial para as cartinhas do Papai Noel

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15 – Incrível!

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16 – Olha o bombeiro!

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17 – Castelos de papelão? Existem sim!

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18 – Que tal uma voltinha?

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19 – Que sorveteria mais fofa!

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20 – Uma máquina de lavar bem criativa

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21 – Cozinha completa

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22 – Semáforo

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23 – Ao infinito e além!

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24 – Bem criativo, não?

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25 – Castelo gigante

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26 – Pebolim de papelão

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27 – This is Spartaaa! Hahaha

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Crianças comem mais quando estão tristes, diz estudo


Pesquisa realizada com crianças entre cinco e sete anos mostrou que situações de aborrecimento e stress podem induzir à alimentação excessiva

Crianças com cinco a sete anos de idade tendem a comer mais quando sentem-se tristes. É o que mostra um novo estudo publicado pela revista científica The American Journal of Clinical Nutrition. O trabalho, realizado por três psicólogas da Universidade de Birmingham, na Inglaterra, revelou que as crianças podem comer em excesso quando estão aborrecidas, especialmente se sua família costuma utilizar a comida como forma de recompensa.
As pesquisadoras afirmam que comer durante situações de tristeza e de stress não é uma ação comum do comportamento humano. Pelo contrário, esse tipo de situação normalmente induz à falta de apetite. Isso significa que os resultados do estudo mostram que as crianças que reagiram à tristeza e ao stress exagerando na comida provavelmente aprenderam a ter esse tipo de comportamento por causa da educação que receberam em casa.
Para chegar ao resultado, as pesquisadoras dividiram as crianças em dois grupos e pediram para que cada um deles colorissem uma imagem. Ao terminarem a tarefa, elas receberiam um brinquedo de presente. As psicólogas, porém, não deram a quantidade de lápis de cor necessária a um dos grupos para a conclusão dos trabalhos. Isso criou uma situação de stress e frustração entre as crianças. Enquanto as pesquisadoras fingiam procurar os lápis para entregar ao grupo, todas as crianças tiveram acesso a guloseimas na sala de atividades.

Inclusão da deficiência na educação superior – caminhos possíveis

A Organização Mundial da Saúde estima que aproximadamente 650 milhões de pessoas apresentam deficiências, com a maioria delas, cerca de 80% da população identificada acima, vivendo em países em desenvolvimento (Karr, 2011). Apesar disso, as deficiências ainda não fazem parte das linhas de pesquisa regulares, como acontece com as questões raciais, de gênero ou de etnia (Grech, 2011). O tema continua a ser relegado a linhas marginais, quando se trata de aspectos do planejamento e elaboração de políticas.
Em resposta a essa discriminação e marginalização vivida por pessoas com deficiência, a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência das Nações Unidas (UNCRPD*, 2006) estipulou a necessidade de incluir o estudo deste assunto como parte de qualquer plano de desenvolvimento sustentável. O artigo 24 da UNCRPD afirma que é necessário prover medidas adequadas nos ambientes educacionais para maximizar o desenvolvimento acadêmico e social, consistente com a meta de total inclusão, de forma a:
“Favorecer a atitude receptiva em relação aos direitos das pessoas com deficiência e promover uma percepção positiva e maior consciência social, para todas as crianças e em todos os níveis de educação, do respeito às pessoas com deficiência” (UNCRPD, 2006).
Países que assinaram a convenção receberam a responsabilidade de fazer políticas inclusivas e alocar recursos em busca de alcançar esse intuito de tornar a deficiência aceita em todos os setores da sociedade.
Atendendo a essa exigência, o governo da África do Sul tem criado várias políticas que promovem as metas da UNCRPD, consagrando os direitos das pessoas com deficiência à participação igualitária na sociedade em que se vive. Essas políticas incluem a Proposta de Estratégia Nacional Sul-Africana Integrada para a Deficiência (INDS; elaborada pelo Gabinete do Vice-Presidente, 1997), o Ato para Equidade de Emprego (EEA; elaborada pelo Ministério do Trabalho Sul-Africano, 1998) e Proposta para Educação 6 sobre as Necessidades Educativas Especiais e Construção de uma Educação Inclusiva e Sistema de Treinamento (elaborada pelo Ministério da Educação Sul-Africano, 2001).  Essas políticas esforçam-se para criar uma cultura de respeito, dignidade, participação igualitária e acesso a recursos para todos os cidadãos, considerando a história única e a diversidade que existe dentro do contexto sul-africano.
Apesar desse problema ser uma questão atual e proeminente em várias instituições de ensino superior (IES), elas têm, essencialmente, negligenciado a inserção da deficiência na maior parte dos debates sobre o assunto. Barnard e Lan (2007, p. 2) referem-se ao problema quando afirmam: “é irônico que nossa visão de diversidade seja tão limitada que raramente inclua as deficiências”. Os autores vão além, ao declarar que essa presença mínima deste conceito e a diminuta voz das pessoas com deficiência na questão “é ainda mais notável no currículo do ensino superior” (Barnard e Lan, 2007, p. 3). Se os estudantes se formam sem se envolver com tal tema nos programas de curso e só percebem tais pessoas como alguém que precisa de ajuda, como essas pessoas poderão ser vistas como iguais a seus pares (Bryen e Shapiro, 1996)? Mathews (2010, p. 527) propõe que um dos caminhos para se abordar este ponto deve ser a sua introdução como “um tópico, uma ideia, uma categoria de análise, uma reivindicação histórica” dentro dos currículos.
Em uma tentativa de enfrentar as barreiras e criar uma cultura mais inclusiva, o vice-reitor da Universidade da Cidade do Cabo (UCT), Dr. Max Price, direcionou o desenvolvimento de objetivos estratégicos para lidar com os atuais desafios da África do Sul. A UCT visa que seus graduados obtenham qualificações reconhecidas internacional e localmente, apoiadas em valores relativos à cidadania engajada e à justiça social, enquanto promove a diversidade e a transformação dentro e fora da instituição (UCT Research Reports, 2008). Os funcionários e estudantes vêm de mais de 100 países, o que contribui para a diversificação da universidade. A UCT tem aproximadamente 26 mil estudantes em seis faculdades, centros de desenvolvimento do ensino superior (CDES) e na Escola de Graduação em Administração (EGA).
Dois dos objetivos estratégicos da UCT são: 1) elevar a qualidade e o perfil dos estudantes da UCT e 2) expandir e aumentar a contribuição da universidade para a resolução dos desafios da África do Sul (UCT Strategic Plan, 2009). Tais objetivos influenciaram o projeto de pesquisa DIRECT. Sua meta era de descobrir se a deficiência estava inserida nos programas e como tal inserção estava ocorrendo. Tinha como quadro de referências os direitos humanos e a justiça social. Baseadas nos resultados, certas recomendações foram apresentadas às faculdades, conforme discutido no próximo tópico.
As conclusões foram classificadas em quatro temas:
a) Compreensão da deficiência – as principais ideias sobre a inclusão das pessoas com deficiência estavam relacionadas ao modelo médico ou ao social. Professores que atuam no modelo médico frequentemente ensinavam como “consertar” e administrar os impedimentos que uma pessoa tenha, enquanto os que praticavam o modelo social ensinavam principalmente sobre as barreiras individuais, sociais e, por vezes, ambientais, para a participação.
b) Foco/práticas de inclusão – a deficiência era vista como uma questão “adicional”, que poderia ser abordada, e não como parte das exigências disciplinares, em algumas faculdades. Isso significa que o tema era majoritariamente incluído de uma maneira ad hoc, de acordo com o interesse do professor.
c) Contexto político – visto a partir de quais especificidade das políticas sobre as deficiências seriam discutidas em sala de aula.
d) Experiência de inclusão – o corpo acadêmico enfrenta um certo número de desafios ao incluir a deficiência, e seu entendimento frequentemente é influenciado por ‘quando’ e ‘qual’ especificidade seria incluída em sua disciplina. Além disso, pesavam questões relacionadas à disponibilidade das estruturas organizacionais de suporte, à gestão que os professores faziam de seu tempo e à sobrecarga de trabalho, para citar algumas.
Esse estudo não teve foco nas pessoas com deficiência, mas em como o conceito era ensinado e pesquisado dentro dos programas das faculdades. O estudo visava a divulgação do campo de pesquisa. Assim, as recomendações dadas abaixo vieram de três áreas – 1) discussões com os participantes sobre o que poderia ajudá-los a utilizar o conceito de deficiência em suas disciplinas e pesquisas; 2) experiências de pesquisadores como profissionais ligados ao assunto e 3) literatura básica relevante na inclusão dessas pessoas. A primeira questão a ser discutida é a das atitudes.

Recomendações
As atitudes, valores e ideias que as pessoas relatam sobre a deficiência frequentemente influenciam como as pessoas se comportam sobre o tema. Não é desprezível o efeito prejudicial das atitudes negativas sobre as pessoas com deficiência, tanto que estas foram identificadas como uma das principais barreiras para se abordar a questão (WHO, 2011). Os participantes do presente estudo muitas vezes se sentiram isolados, sem conhecer outros acadêmicos que incluíssem o conceito em suas disciplinas ou pesquisas. Os entrevistados indicaram que a criação de um espaço inclusivo que torne a deficiência ‘visível’ poderia ajudá-los a difundir o assunto. Workshops e seminários anuais ou semestrais sobre o tema possibilitariam tal conquista. Colaborações interdisciplinares deveriam ser encorajadas nas equipes, dentro da universidade, e pessoas externas deveriam ter a oportunidade de mostrar seus trabalhos, criando a consciência da necessidade de abordar a falta de conhecimento sobre o problema, o que poderia ter impactos nas atitudes das pessoas.
Esse tipo de seminário foi planejado e realizado mensalmente pelo Programa de Estudos sobre a Deficiência, para disseminar resultados de pesquisas relacionadas ao tema. Foram convidados a participar o corpo acadêmico da universidade e de outras IES. Palestrantes de outras instituições e de organizações não-governamentais (ONGs) foram chamados para compartilhar seu trabalho. Os seminários criaram uma plataforma para o debate das práticas, questões e políticas atuais sobre a deficiência. Estudantes de pós-graduação de várias faculdades apresentaram suas teses e não só receberam feedbacks relevantes, como também tiveram a chance de formar uma rede, conectando-se a pessoas que fazem trabalhos em áreas similares. Desse modo, as atitudes foram impactadas ao se construir uma comunidade de práticas sobre a inclusão.
Ao incluir a deficiência em seus programas, as faculdades precisam se esforçar para ter um conceito que transcenda os modelos médico e social e outras perspectivas “conhecidas” sobre o assunto. Há a necessidade de explorar outros quadros referenciais para entender o tema, incluindo marcos indígenas que possam estar presentes. Um exemplo é o uso da filosofia africana do “Ubuntu” como paradigma de compreensão desta questão no contexto do país. Ubuntu é um sistema de crenças local que coloca a humanidade no centro de todas as atividades ou ações. O bem maior da coletividade é colocado acima de qualquer aspiração individual e egocêntrica, colocando a compaixão e a dignidade humana em primeiro lugar (Malisa, 2011; Higgs and Van Wyk, 2007; Nussbaum, 2003). De acordo com tal filosofia, todos são importantes, relevantes e inter-relacionados. Ao reduzir os outros, reduzimos a nós mesmos. Então, ao não se dar espaço para a inserção da deficiência, também sofremos impactos em nosso próprio desenvolvimento. Dessa forma, indagar sobre o tópico por diferentes perspectivas enriqueceria a experiência da diversidade nos programas universitários, o que construiria uma sociedade mais inclusiva e igualitária.
Os programas universitários estudados tinham uma gama de temas sobre a diversidade inseridos por seus vários departamentos. Os participantes abordaram ao menos um tópico sobre o assunto em suas aulas e/ou pesquisas, mas frequentemente sentiram ser inadequado incluir as deficiências (Ohajunwa e Mckenzie, 2013). Elas foram frequentemente vistas como algo para o qual se necessita de treinamento extra. É importante que a questão seja reconhecida como um desses temas, tanto quanto raça, sexualidade, idade, cultura etc. A deficiência é uma parte da essência do ser humano. Então, ao planejar uma grade curricular abrangente para cada disciplina, ela deveria figurar entre os conceitos abordados.
A diversidade também precisa ser facilitada por meio do recrutamento de funcionários com deficiência e do aumento potencial do ingresso de alunos com deficiência. A unidade de serviços para a deficiência da UCT dá suporte a esse processo ao assegurar que a acessibilidade seja desenvolvida. Estudantes e funcionários recebem assistência para a vida universitária. E a experiência de estar em uma IES não é benéfica apenas para a pessoa com deficiência. Pesquisas mostram que essa experiência promove uma cultura inclusiva já que contribui para o “desenvolvimento pessoal entre as pessoas sem deficiência” (May, 2012, p. 241; O’Connor, Kubiak, Espiner & O’Brien, 2012).
Não é apenas o desenvolvimento pessoal dos funcionários e estudantes nas IES que devem ser impactados, mas o da organização da instituição. A inserção do debate sobre a deficiência nas atividades de integração social deve ser aumentada. Certos incentivos devem ser dados pelos projetos e serviços inovadores de ensino e pesquisa na área, como parte da sensibilização social.
Esses incentivos e sistemas de suporte só acontecem com a criação de políticas progressivas e relevantes que encorajem uma cultura inclusiva. As lideranças universitárias devem estar engajadas na criação e implementação de políticas que dizem respeito à deficiência. Os participantes desse estudo indicaram que eles incluíram o tema de forma ad hoc principalmente por causa de sua sobrecarga e da pressão dos prazos. Eles afirmaram que, pelo fato de não fazer parte dos requisitos disciplinares, inseri-lo era uma ‘tarefa adicional’ para eles (Ohajunwa, Mckenzie, Hardy e Lorenzo, 2014). Uma liderança universitária engajada no nível das faculdades pode levar a mudanças programáticas que deem suporte aos acadêmicos para incluir a deficiência porque, afinal, é uma questão de diversidade.
A projeto DIRECT pode ser realizada em qualquer IES para construir indicadores de base para o tipo de ensino e pesquisa sobre deficiência que já foi feito ou está sendo realizado na instituição. Isso não só realçaria as boas práticas e ajudaria a planejar resultados, como também divulgaria as políticas sobre o assunto. Unida a essa questão de informar resultados está a necessidade de explorar as perspectivas do ensino e aprendizagem dos estudantes com deficiência dentro da instituição. Essas perspectivas contribuirão para compreender a experiência vivida por eles. Também ajudará, espera-se, a abordar os problemas do estigma e dos estereótipos, desenvolvendo tais valores nos graduandos das IES.
Em conclusão, o tema da inclusão da deficiência não aparece sem desafios e precisa, certamente, de reflexão e revisão constante. O contexto também desempenha um papel importante. Entretanto, é imperativo que ela seja colocada em pauta nos níveis da instituição, das faculdades e dos departamentos. Essa necessidade é fundamental para o avanço e a sustentabilidade das práticas inovadoras relacionadas à pesquisa e ao ensino sobre o conceito. As IES precisam entender que a inserção da deficiência como tópico de estudo não é uma questão de escolha, mas de direitos humanos e da diversidade. Considerando o impacto resultante nos graduados e na esfera social como um todo, a inclusão da deficiência se torna imperativa.