Atualmente, a febre em volta do Google Glass já não é mais a mesma. A própria gigante de Mountain View decidiu interromper a plataforma de testes conhecida como Explorer e não vai mais vender o produto. A intenção da companhia é lançar os óculos inteligentes como algo novo e pronto e é claro que algo dessa magnitude desanimou grande parte dos desenvolvedores de aplicativos que antes miravam este aparelho tão polêmico.
Contudo, este não é o caso da startup norte-americana Brain Power. Conforme relatos doTechCrunch, a empresa está utilizando os óculos de realidade virtual do Google para monitorar o comportamento de crianças autistas. Desenvolvendo apps específicos, a startup quer ensinar habilidades sociais e de comunicação aos pequenos portadores do distúrbio.
Em depoimento, o neurologista e fundador da Brain Power, Ned T. Sahin, disse que tem como meta criar uma revolução através dos dispositivos vestíveis com a explosão de conhecimento na área de neurociência acadêmica – e isso deve auxiliar na rotina de muita gente.
Em prol da informação
Toda essa empreitada, que parece algo um tanto quanto distante atualmente, começou com a participação de Sahin em um simpósio sobre doenças neurológicas em que o autismo foi abordado. Na ocasião, o neurologista ficou chocado com a pequena quantidade de informações coletadas sobre esse distúrbio e a falta de um tratamento médico eficaz para as crianças diagnosticadas com autismo.
Como a Brain Power também fabrica acessórios periféricos para o Google Glass, vão ser utilizados acelerômetros para identificar o olhar da criança e entender quando e como a atenção dela é focada em determinado acontecimento. Com isso, os estudiosos da companhia poderão criar padrões de comportamento e até mesmo entender se há algum tipo de evolução na condição das crianças com o passar do tempo.
Conectado com a vida real
O conjunto de aplicativos feitos para ensinar as crianças autistas a se comunicarem é chamado “Empowered Brain Suite for Autism” e conta com um método de trabalho bastante inteligente. Os softwares funcionam como se fossem jogos eletrônicos, mas têm a finalidade de manter as crianças em contato com seus pais e com o ambiente que as rodeiam.
Os aplicativos já desenvolvidos trabalham com monitores que identificam o olhar da criança e entendem quando ela está olhando para os seus pais. A partir daí, o software encoraja a comunicação com outras pessoas, fazendo com que os pequenos tenham interesse por isso. O objetivo final das ferramentas é ensinar os autistas a interpretarem emoções e expressões faciais mesmo quando não estão utilizando o Google Glass.
A iniciativa da Brain Power já começou a dar bons resultados, com pais entusiasmados com a evolução de suas crianças – até mesmo aquelas com problemas sensoriais foram capazes de utilizar o Google Glass em certo grau. Para a linguagem, Sahin explica que, quando o olhar de uma criança trava em algo, o app utiliza o alto-falante ou fones de ouvido para indicar a palavra correspondente.
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