Dos 20 táxis compartilhados que receberam autorização para circular em Curitiba, 19 já estão nas ruas. São carros adaptados para atender pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Outra novidade na frota de táxi de Curitiba são os seis profissionais com deficiência que conseguiram autorização para fazer as adaptações necessárias em seus veículos.
Essas categorias foram incluídas na licitação que colocou em funcionamento mais 750 táxis este ano, ampliando a frota da cidade de 2.252 para 3.002 carros.
Essas categorias foram incluídas na licitação que colocou em funcionamento mais 750 táxis este ano, ampliando a frota da cidade de 2.252 para 3.002 carros.
Os táxis compartilhados são identificados, na lateral e na traseira, pelo símbolo internacional de acesso. Por dentro, uma série de adaptações torna o veículo preparado para transportar pessoas com cadeira de rodas. Dois modelos estão sendo usados: Fiat Doblò e Chevrolet Spin.
Os veículos precisam ser adaptados e têm de estar em conformidade com as normas da ABNT. As mudanças incluem a redução da capacidade do tanque de combustível para 40 litros, a alteração na posição do escapamento e a troca de molas que elevam a traseira do carro.
“O interior do veículo é preparado para receber a pessoa com deficiência. A rampa é instalada perto da porta traseira e são colocados os cintos de segurança e as travas que vão segurar a cadeira e o usuário”, explica o coordenador da Unidade de Vistoria e Fiscalização do Serviço de Táxi da Urbs, Marcelo de Souza Ferreira.
A grande vantagem do táxi compartilhado é que o usuário não precisa mais ser retirado da cadeira para entrar no carro. “A pessoa com deficiência, que usa cadeira de rodas, passa a ter mais um modelo de transporte para garantir o seu direito de ir e vir com autonomia”, diz a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Mirella Prosdocimo.
A grande vantagem do táxi compartilhado é que o usuário não precisa mais ser retirado da cadeira para entrar no carro. “A pessoa com deficiência, que usa cadeira de rodas, passa a ter mais um modelo de transporte para garantir o seu direito de ir e vir com autonomia”, diz a secretária dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Mirella Prosdocimo.
Boa perspectiva
Os taxistas que são titulares dessas autorizações estão felizes com o trabalho e acreditam que a demanda só tende a crescer porque o serviço ainda não é conhecido de todos os usuários que poderiam usufruir do carro adaptado. “Tenho feito de dois a três atendimentos por dia, mas tem muita gente que ainda não conhece o serviço”, conta Arildo Gomes Xavier, taxista há 12 anos e que agora decidiu trabalhar com o carro compartilhado. Ele investiu R$ 25 mil na adaptação da Spin.
Carmem Mueller de Souza Gomes gastou mais. Foram cerca de R$ 60 mil na adaptação do Fiat Doblò porque ela decidiu instalar uma rampa automática, que funciona como um elevador. A motorista aciona um botão e a rampa desce, o usuário sobe e ela posiciona a rampa no mesmo nível do piso do veículo para a entrada da cadeira de rodas.
Taxista há seis anos, Carmem concorda que o serviço ainda é pouco conhecido. Ela também cita que muitas pessoas acham que a tarifa é maior e que o veículo só pode ser usado por pessoas com deficiência. Mas não há diferença de preço e o veículo comporta usuários com ou sem deficiência.
Um cliente habitual do táxi compartilhado é Ricardo Vilarinho, coordenador de Mobilização Social da Unilehu (Universidade Livre para Eficiência Humana). “O serviço é excelente e funciona muito bem, especialmente quando posso agendar o horário do atendimento. Para compromissos de última hora, nem sempre é viável porque a frota ainda não é grande e os taxistas atendem também outros usuários”, conta.
Motorista
Luiz Fernando de Lara Martins é um dos seis motoristas com deficiência que estão rodando com táxi pela cidade. Ele sofreu um acidente há mais de 30 anos e continuou trabalhando, mas perdeu muito a força na perna e pé esquerdos e o ato de pisar na embreagem várias vezes ao dia acabou se tornando insuportável.
Agora ele dirige um veículo automático, que dispensa a troca de marchas. Assim, não precisa mais usar o pé esquerdo. “Foi um alívio, é muito mais confortável. Eu já estava pensando em desistir da profissão, mas agora posso continuar”.
Quem também entrou nessa categoria foi Claudeir Julio Lima. Em 1990 ele teve um terço da perna direita amputada. Em 1996 começou a trabalhar como taxista, era motorista colaborador. Hoje, é o dono da placa. O veículo que ele dirige é automático e a aceleração é feita no pedal esquerdo. Claudeir diz que está satisfeito com a mudança.
Também fazem parte da frota de táxis de Curitiba, desde 1990, quatro Kombis. Elas são equipadas com rampas e elevadores e também adaptadas para transportar os usuários de cadeira de rodas.
Naturalidade
A partir deste ano, o Senac incluiu no seu curso “Informações Turísticas e Orientação Profissional para Taxistas” um módulo de duas horas que trata do atendimento à pessoa com deficiência. A palestra é ministrada por Manoel Negraes, que é coordenador de Políticas Públicas e Defesa de Direitos da Secretaria Especial da Pessoa com Deficiência da Prefeitura de Curitiba.
Ele explica que o objetivo é orientar os motoristas para que saibam como lidar com esses usuários. “Muitas dicas são básicas, mas necessárias”. Ele dá o exemplo do cliente deficiente visual. O taxista precisa saber que quando chegar ao local tem que ir até a pessoa, se apresentar e oferecer auxílio para chegar ao carro.
Segundo Negraes, é preciso que o taxista conheça as características das diferentes deficiências e aja com naturalidade. Na dúvida, completa, o melhor a fazer é perguntar ao passageiro de que forma ele pode ser auxiliado.
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