Aprender uma segunda língua durante a infância pode trazer uma série de benefícios ao desenvolvimento do seu filho. Entenda como isso acontece e saiba quais cuidados você deve tomar nesse processo
A criança está brincando ou assistindo à televisão, quando, de repente, balbucia alguma palavra estrangeira – o que imediatamente é motivo de espanto para os pais. A cena acontece na casa de muitas famílias brasileiras e é a prova de que os pequenos, graças à popularização de canais por assinatura, computadores, tablets e smartphones, são expostos cada vez mais cedo a diferentes línguas. Diante disso, há famílias que pensam na possibilidade de matricular as crianças em um curso de outro idioma. Mas será que existe idade certa para isso?
Vale lembrar ainda que há diferentes formas de ser bilíngue. Algumas crianças têm o pai e mãe de nacionalidades diferentes e acabam desenvolvendo dois idiomas em casa, desde cedo. “Cada um deve falar em sua língua, sem misturar, para que o filho em fase pré-escolar não se confunda”, explica Ligia. Outra possibilidade é de famílias que imigram e têm de aprender a lidar com um idioma no lar e outro na escola. “O tempo ao qual a criança é exposta a cada língua pode definir a que ela usará no dia a dia”, complementa a professora. E, o mais comum aqui no Brasil, é matricular a criança em escolas que incorporem às aulas diárias um idioma além do português.Na faixa entre 6 meses e 4 anos, há uma janela cerebral nas crianças. Isso significa que estão se formando circuitos de linguagem. Os neurônios, se estimulados, podem fazer novas conexões e especializações. Apresentar um novo idioma ao seu filho, nessa idade, torna a tarefa do aprendizado mais fácil , sim. Há maior chance de ele falar sem sotaque, já que as estruturas nervosas básicas ainda estão em formação. Além disso, as crianças aguçam a compreensão auditiva e tornam-se capazes de distinguir sons semelhantes, como no inglês, bed (cama) e bad (mau). Só de ouvir, elas já vão absorver a língua assim como fazem com o português. “Outra consequência é o aumento da agilidade e das competências cognitivas”, explica Ligia Fonseca Ferreira, professora doutora do Departamento de Letras da Unifesp (SP).
Além de aprender com muita facilidade e da forma mais correta, quem fala duas ou mais línguas tem maior poder de concentração, de acordo com estudos. Mas os especialistas dividem opiniões sobre esse contato tão precoce: ele não pode confundir a cabeça da criança?
“O melhor é esperar que a criança tenha boa consciência fonológica em seu idioma, para só depois aprender a ler e a escrever em outra língua”, recomenda Antonio Carlos de Farias, neurologista do Hospital Pequeno Príncipe (PR). O que isso significa? Quando seu filho já conseguir perceber rimas e fonemas e entender como se formam as palavras em português, poderá começar o aprendizado na língua estrangeira. Isso acontece porque a alfabetização é um processo simbólico.
Além de aprender com muita facilidade e da forma mais correta, quem fala duas ou mais línguas tem maior poder de concentração, de acordo com estudos. Mas os especialistas dividem opiniões sobre esse contato tão precoce: ele não pode confundir a cabeça da criança?
“O melhor é esperar que a criança tenha boa consciência fonológica em seu idioma, para só depois aprender a ler e a escrever em outra língua”, recomenda Antonio Carlos de Farias, neurologista do Hospital Pequeno Príncipe (PR). O que isso significa? Quando seu filho já conseguir perceber rimas e fonemas e entender como se formam as palavras em português, poderá começar o aprendizado na língua estrangeira. Isso acontece porque a alfabetização é um processo simbólico.
Se você está pensando em escolher uma instituição bilíngue para seu filho, preste atenção no desempenho dele na Língua Portuguesa primeiramente. Se a criança tem mais de 4 anos e ainda fala com dificuldades, tem atrasos de atenção e problemas de aprendizagem, é melhor esperar um pouco para ensiná-la uma nova língua. Cabe aos pais o dever de casa: matricular seu filho em uma escola que seja acolhedora, calorosa e convidativa. Até para que a família avalie junto o melhor caminho, respeitando as fases de desenvolvimento de cada criança, não importa em qual língua.
Fonte: Revista crescer
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