O desenvolvimento é marcado por períodos de regressão. Quais seriam alguns desses momentos? Como lidar com eles?
É comum que os pais se questionem sobre o desenvolvimento do bebê e identifiquem momentos ou mesmo situações em que parecem que os pequenos regrediram. Será que é assim mesmo? E isso é ruim?
O pediatra e psiquiatra americano, Joshua D. Sparrow*, afirmou que o desenvolvimento infantil é marcado por momentos de regressão. De acordo com ele: “As crianças, antes de conquistarem algo grande como engatinhar, andar ou falar, passam por fases bem complicadas mesmo, de regressão temporária. Essas fases começam ainda dentro do útero e vão até os seis anos de idade, mais ou menos.” Essa afirmação se baseia numa pesquisa realizada por outro pediatra, Thomas Berry Brazelton*, que durante 50 anos observou cerca de 25 mil crianças.
De acordo com esses especialistas, um dos primeiros momentos críticos de regressão pode ocorrer com o bebê, de 4, 5 meses de vida. Ele começa a enxergar mais longe e passa a se distrair com facilidade, pois está “descobrindo o mundo”, o que tende a dificultar sua alimentação. Outro momento ocorre entre os 9 e os 13 meses, quando o desejo de engatinhar e de andar deixa os bebês tão excitados que o período de sono se reduz. Por vezes, até durante a noite os bebês acordam, para praticar esses movimentos. As dicas, nesse caso, são para insistir na introdução de alimentos novos – no caso de bebês que não se alimentam apenas de leite materno (pode-se demorar de 10 a 15 vezes para que o bebê aceite o novo sabor) – e ainda propor que eles participem da refeição podendo segurar uma colher nas mãos ou mesmo experimentar os alimentos com a própria mão. E, quando o sono está alterado, a sugestão é tentar acalmar o bebê no próprio berço, sempre com músicas e conversas num tom de voz tranquilo e seguro. Dr. Sparrow sugere evitar duas atitudes nesses casos: forçar o alimento na boca do bebê e levá-lo para dormir na cama junto aos pais.
Quando questionado sobre a importância de estimular a criança, o Dr. Sparrow disse preferir indicar “uma interação sensível e responsável” do adulto com a criança, na qual a observação do comportamento dessa possa dar pistas daquilo em que ela já pode avançar. Como sugestões dessa interação, conversar, cantar, brincar e ler para a criança, da forma mais natural possível e contribuindo para sua autonomia!
* Trabalha com o Dr. Thomas Berry Brazelton responsável por criar uma escala para avaliar a qualidade de respostas de recém-nascidos a estímulos visuais, auditivos e motores. Sparrow dirige, hoje, o Brazelton Touchpoints Center, ligado ao Boston Children’s Hospital.
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