quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

CRIANÇAS CRIAM PROPOSTAS PARA FAZER DA CIDADE UM LUGAR MELHOR

O que é? O Jaê é um projeto que ouviu as sugestões, críticas e desejos das crianças têm sobre cidade de São Paulo. As atividades foram realizadas em 18 telecentros e nove praças com wi-fi livre e registradas em programas de rádio com a participação de mais de 300 crianças e adolescentes de idade entre 6 e 18 anos.
Olhar e imaginar a cidade
“Precisa ter espaço para brincar em lugares onde não há ruas e pessoas que andem de carro. Também precisava de quadras para os meninos brincarem de bola.” Esse é Gustavo, 11 anos, morador da Cohab Taipas, bairro da zona norte de São Paulo. Ele foi uma das crianças que participaram da oficina de rádio no telecentro Érico Veríssimo, promovida pelo Jaê, um projeto que trabalha com os desejos e percepções das crianças sobre a cidade. Além das oficinas, também foram feitas audições em praças com wi-fi livre em encontros para compartilhar e discutir aquilo que foi produzido nos telecentros
No telecentro da biblioteca Helena Silveira, as crianças criaram propostas para construir a cidade que elas desejam, como um “canto de saúde” e um sistema de compartilhamento de bicicletas gratuito. “Tudo é público, tudo é simples, nada de gastar muito dinheiro”, explica Bruno, 10 anos. As oficinas foram realizadas semanalmente e os encontros nas praças quinzenalmente.
O projeto Jaê foi criado pelo Cala a Boca Já Morreu e selecionado pelo edital Redes e Ruas da Secretaria Municipal de Cultura em parceria com a de Direitos Humanos e Serviços. Desde 1995 a associação sem fins lucrativos busca criar oportunidades para democratizar o acesso aos meios de produção de comunicação. Além de ouvir como os desejos dos jovens para a cidade, eles também ouviram críticas aos equipamentos municipais.

Crianças mapeando os equipamentos públicos de Cohab de Taipas, zona norte de São Paulo
Crianças mapeando os equipamentos públicos de Cohab de Taipas, zona norte de São Paulo
Leonardo, também 11 anos, acha que o posto de saúde de Aricanduva podia atender melhor à comunidade. “Qualquer pessoa que fica doente vai lá e tem poucos médicos, poucos remédios. Sempre tem que comprar remédio porque nunca tem remédio”, critica. No levantamento dos temas mais citados pelas crianças e adolescentes, as palavras professor, médico, escola e parque aparecem com destaque.
As oficinas seguiam um roteiro que começa com o mapeamento dos equipamentos de saúde, educação, moradia, transporte, lazer e segurança feito com base nas relações das crianças com esses lugares. Depois disso, elas identificam a partir do mapa o que elas gostam ou não e elaboram propostas para a cidade. Os programas de rádio produzidos nos telecentros e praças estão disponíveis para streaming e download na página do Jaê.

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