Vocês já ouviram falar na Geração Alpha? Este é o nome dado às crianças nascidas depois de 2010. A chamada “nova geração” é, de fato, mais evoluída e inteligente, segundo especialistas.
Nossos filhos fazem parte dessa geração e vemos claramente a sagacidade desses pequenos. Muitos mais espertos e rápidos do que éramos quando crianças. A grande diferença entre a nova geração e a Z (nascidos nos anos 90) é a interação com a tecnologia desde o nascimento. Estamos cansados de ver bebês que nem andam ainda mexer num celular ou tablet com total intimidade.
A psicóloga Vanessa Vieira Beraldo, em entrevista cedida para a Revista Tutores, explicou tudo sobre essa nova geração. Ela explica inclusive a diferença das gerações e como será o futuro.
Confiram a entrevista abaixo. Vale a leitura!
Quem são e o que pensam as crianças da geração Alpha, nascidas depois de 2010?
A geração Alpha é composta por crianças que desde muito pequenas estão inseridas em um cotidiano rodeado pela tecnologia. Em pleno desenvolvimento, é precoce afirmar o que pensam, mas a tendência indica que sejam muito mais independentes que suas antecessoras, e com habilidade de adaptação a novas tecnologias.
Quais as principais caraterísticas das crianças nascidas depois de 2010, a chamada geração Alpha?
São crianças muito mais atentas e observadoras. Aparentam ser mais inteligentes, mas esta percepção se deve por estarem inseridas em um ambiente com muito mais estímulos sensoriais, com brinquedos criados cuidadosamente para desenvolver sua audição, tato e visão.
A mobilidade da tecnologia atual também auxilia bombardearmos esta geração com cores e formas de educação em todos os lugares e momentos, gerando uma aceleração ainda maior no processo de desenvolvimento.
Como as escolas e os pais estão se adaptando para lidar com esse grupo considerado mais evoluído?
É um grupo extremamente novo e em pleno desenvolvimento, não tendo ainda modelos de educação bem definidos ou pré-estabelecidos. O que se sabe é que seguimos cada vez mais para uma forma de ensino mais voltada para as necessidades e interesses dos alunos, e menos para o padrão sistematizado e hierárquico de outrora.
Piaget mencionou que “cabe ao professor acreditar na potencialidade de seus alunos, e organizar experiências que lhes possibilitem interagir com os saberes formalizados”.
Desta forma, pais e professores deixam de ser educadores e passam a ser mentores, com foco maior na orientação de uma geração que possui acesso as informações na palma da mão.
Como estão hoje as gerações X, Y e Z? Elas estão correspondendo às expectativas criadas em relação a elas desde o seu surgimento? Ou mudaram completamente de rumo, contrariando as expectativas?
As gerações se mesclam em algum momento, temos a X de 1960 – 1980, Y de 1980 – 2000, e Z de 1990 – 2010. As gerações se comportam hoje ainda com traços característicos de sua época, porém como temos uma globalização as diferenças vão diminuindo e as pessoas se adaptando umas as outras. As expectativas criadas e os tabus colocados foram muito fortes. A geração X foi criada para ter um futuro mais próspero que seus pais tiveram, pois os mesmos vieram de uma era de recessão. Construir carreiras firmes e estáveis, e conseguir ascensão após anos de trabalho árduo. Com a economia mundial entrando numa era de prosperidade, a chave do sucesso foi possível, trazendo um otimismo em relação ao futuro.
Este otimismo e prosperidade fez com que a geração Y fosse criada de forma branda, acreditando mais ainda no seu potencial e necessitando de uma resposta imediatista.
Com a geração Y almejando carreiras brilhantes e posições de destaque em curto espaço de tempo, houve uma frustração coletiva, já que não é possível que uma geração inteira se destaque.
A extrema ambição, fruto da ilusão de quem essa geração realmente é, faz com que as expectativas sejam extremamente altas, desde o início da carreira e como a realidade não condiz com as expectativas o resultado é a frustração e infelicidade.
Podemos colocar que a geração Z é a extensão da Y, porém sem o grau de expectativa da geração anterior. É um público que acompanha a evolução tecnológica das empresas, focando muito para a área de jogos e mobilidade, despertando assim o espírito de competitividade e colaboração. O acesso às informações é bem mais rápido, fazendo com que despendam muito de seu tempo em seus celulares, tablets e smartphones. Isso gera um distanciamento nos relacionamentos interpessoais, abrindo ainda mais espaço para a imersão da tecnologia e o mundo virtual. São pessoas com certas características de impaciência e distração, procuram fazer somente o que gostam e com algum tipo de recompensa, é a geração que se preocupa com a sustentabilidade do planeta.
Hoje as gerações ainda se adaptam, não podemos afirmar que elas são engessadas por serem de outra época. O ser humano está sempre em pleno desenvolvimento, e a diversidade das gerações é enorme. O rumo das expectativas tomou percursos diferentes do planejado, que foram necessários para a adaptação de cada um.
De que maneira o comportamento dessas gerações refletem no mercado de trabalho, na oferta e procura por cursos?
No mercado de trabalho a mescla é grande, por vezes gerações competem por um espaço, mesmo a X procurando por estabilidade e a Y por desafios.
Como cada geração possui suas características e inúmeras diferenças entre si, as empresas foram se adequando em valores e missões. Contratam gerações para compor o seu quadro e cabe ao profissional de pessoas, saber atuar, manejar e explorar a habilidade que cada um tem de melhor a oferecer. Y e Z, são gerações com flexibilidade e habilidade para o trabalho, interessadas em projetos e ascensão rápida, não pensam em construir uma carreira sólida como a geração X, por isso apresentam mais rotatividade nos seus currículos. Possuem menos foco, uma rotina atarefada e pouco tempo livre. Como são a geração dos anos 90, despertaram um pensamento sistêmico e global que para as empresas é muito importante e aproveitável.
A geração X demonstra competência e valorização no seu crescimento, pensando em uma estabilidade profissional e começam a ser mais flexíveis no mundo corporativo, conseguindo se manter com suas qualidades.
Por isso que hoje as empresas não pensam somente em resultados, mas também em pessoas. Esse movimento que há das gerações impulsiona o mercado de trabalho.
Todos saem ganhando! Os profissionais de cada geração que vão aprendendo uns com os outros e as empresas que podem aproveitar e usufruir de todas essas qualidades.
Da mesma forma os cursos vão se ajustando para atender essa demanda e dar conta dessa diversidade.
Fontes: Marisa Psicologa / Pais & Filhos
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